quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Rascunhos e Rabiscos

Era uma vez um garoto. Desde de sua infância, sempre teve amizade singular com o lápis e o papel. Quer dizer, foi o primero a escrever textos por conta própria. E único a escrever porque necessitava. Com o passar do tempo, este garoto foi fazendo e até mesmo criando novos amigos, mas o lapis era indispensável e o papel, insubstituivel.
Acontece que este novos amigos racionais do garoto não gostavam de escrever. Não gostavam de livros. Brigavam com palavras, cuspiam nos textos e chamavam o garoto de louco. Talvez só no último fato eles tivessem razão.
E o garoto descobriu o teatro. E a paixão pelas palavras, letras, virgula por virgula, crescia, crescia, crescia. Mas o garoto esqueceu de amar os seres racionais. Os humanos, as pessoas. Esqueceu. E o mundo esqueceu dele.
E no teatro, encontrou a oportunidade de fugir deste esquecimento coletivo. Estava dando certo. Via que textos, poemas, livros, ganhavam vida atraves de atores. Oh, os atores. Até descobrir que era horrível em teatro. Mas o vício não cessou.
Ele só não se esqueceu de uma pessoa. Pessoa, inclusive, que se esqueceu dele. a menina de seus olhos. Aquela que seu peito apertava toda vez que a via, todo dia. Que era o motivo que o mantinha animado a se levantar da cama. Sua vida, sua vida, seu sentimento. Aquela que era o único motivo para o garoto sorrir. E mais tarde, chorar.
Seus textos foram ficando cada vez mais tristes, cada vez mais mortos. E o garoto foi tomado por impulsos, descobriu que a vida era muito mais do que uma passagem, era a vida, afinal. Viu que nem todos pensavam como ele. E lutou até o último suspiro defendendo aquilo que chamava de justiça.
E sua alma morreu em uma quarta feira, à tarde. Fazia sol. Morreu pois viu que seus textos ganharam mais importancia. Seus pensamentos faziam mais sentido do que ele mesmo. E sua garota ainda não percebera que era a causa desta sua loucura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário